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Os processos eleitorais

Anonyme, Lunes, Agosto 5, 2002 - 10:08

Francisco Trindade

Os processos eleitorais

Antologia Proudhoniana

(...) A solução foi encontrada, exclamam os intrépidos. Que todos os
cidadãos tomem parte na votação: não haverá poder que lhes resista, nem
sedução que os corrompa. Foi o que pensaram, nas vésperas de Fevereiro, os
fundadores da República.
Alguns acrescentam: que o mandato seja imperativo, o representante
revocável a qualquer instante; e a integridade da lei será garantida, a
fidelidade do legislador assegurada.
Aqui começa a confusão.
Não creio de maneira nenhuma, e com boa razão, nesta intuição
divinatória das multidões, que lhes permitiria discernir num relance o
mérito e a honorabilidade dos candidatos. Abundam os exemplos de personagens
eleitas por aclamação e que, no estrado onde se ofereciam aos olhares do
povo inebriado, preparavam já a trama das suas traições. A custo encontrará
o povo, nos seus comícios, um homem em cada dez tratantes...
Mas, mais uma vez, para que me servem todas estas eleições? Para que
necessito eu de mandatários, assim como de representantes? E se é preciso
explicitar a minha vontade, não o poderei fazer sem o auxílio de ninguém?
Ser-me-à mais custoso, e não estarei eu ainda mais seguro de mim mesmo do
que o meu advogado?
Dizem-me que é preciso acabar com isto; que é impossível ocupar-me de
tantos interesses diversos; que apesar de tudo um conselho de árbitros,
cujos membros terão sido eleitos por todas as vozes do povo, é garantia de
uma aproximarão da verdade e do direito bem superior à justiça de um monarca
irresponsável, representado por ministros insolentes e por magistrados cuja
inamovibilidade os coloca, assim como ao príncipe, fora da minha esfera.
Em primeiro lugar, não vejo necessidade nenhuma de acabarmos com isso,
pagando um preço tão elevado: não vejo até que se acabe com isso. Nem a
eleição nem a votação, mesmo por unânimes que sejam, resolvem alguma coisa.
Já há sessenta anos que as temos vindo a praticar a todos os níveis tanto
uma como outra, e em que é que acabámos? O que é que somente definimos? Qual
a luz que o povo obteve das suas assembleias? Que garantias conquistou? Se
tivesse que reiterar o seu mandato dez vezes ao ano, renovar os quadros
municipais todos os meses, em que é que isso contribuiria para o seu
rendimento? Estaria mais seguro, ao deitar-se todas as noites, de ter
alimento para si e para os seus filhos no dia seguinte? Poderia dizer apenas
que não o viriam prender, levá-lo para a prisão?
Compreendo que relativamente a questões que não são susceptíveis de uma
solução regular, devido a interesses medíocres, incidentes sem importância,
haja uma submissão a uma decisão arbitral. Transacções tais têm de moral, de
consolador, o que atestam nas almas, qualquer coisa de superior até à
justiça, o sentimento fraternal. Mas acerca dos princípios, da essência
própria dos direitos, da direcção a imprimir à sociedade; mas acerca da
organização das forças industriais; mas acerca do meu trabalho, da minha
subsistência, da minha vida; mas mesmo acerca desta hipótese de governo que
discutimos, recuso toda a autoridade presumida, toda a solução indirecta;
não reconheço nenhum conclave: quero tratar directamente, individualmente,
por mim mesmo; o sufrágio universal é a meu ver uma verdadeira lotaria.
Para ter acesso a toda a Antologia ir a : http://www.franciscotrindade.com

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