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Antologia ProudhonianaAnonyme, Sábado, Agosto 3, 2002 - 16:16
Francisco Trindade
Antologia Proudhoniana - Oh! (...) você é republicano. - Republicano, sim; mas essa palavra não diz nada de preciso.Res publica é a coisa pública. Ora, quem quer que queira a coisa pública, sob uma forma qualquer de governo, pode-se dizer republicano. Os reis também são republicanos. - Ora bem; você é monárquico? - Não. - Constitucionalista? - Deus me livre. - É então aristocrata? - De modo nenhum. - Quer um governo misto? - Ainda menos. - Mas então o que é que você é? - Sou anarquista. - Percebo: faz sátira; visa o governo. - De maneira nenhuma: acaba de escutar a minha profissão de fé séria e maduramente reflectida; apesar de muito amigo da ordem, sou, com toda a força que o termo tem, anarquista.Oiça-me. O homem, para atingir a mais rápida e perfeita satisfação das suas necessidades, procura a regra: nos começos esta regra é viva, visível e tangível; é o seu pai, o seu mestre, o seu rei. Quanto mais ignorante é o homem, mais absoluta é a obediência e confiança no seu guia. Mas o homem, cuja lei é a conformação com a regra, quer dizer descobri-la pela reflexão e pela razão, o homem raciocina acerca das ordens dos seus chefes: ora um tal juízo é um protesto contra a autoridade, um começo de desobediência. A partir do momento em que o homem procura os motivos da vontade soberana, a partir desse momento, o homem é um revoltado.Se já não obedece porque o rei ordena mas porque o rei prova, pode-se afirmar que a partir de então ele não reconhece nenhuma autoridade, e que se fez rei de si próprio. Infeliz daquele que ouse conduzi-lo e que só lhe ofereça, como sanção das suas leis, o respeito de uma maioria: pois, tarde ou cedo, a minoria passará a ser maioria, e este déspota imprudente será derrubado e todas as suas leis aniquiladas. (...) Anarquia, ausência de mestre, de soberano, tal é a forma de governo de que nos aproximamos de dia para dia, e que o hábito inveterado de considerar o homem como regra e a sua vontade como lei nos faz ver como o cúmulo da desordem e como expressão do caos. Conta-se que um burguês de Paris do século XVII, tendo ouvido dizer que em Veneza não havia rei, não conseguia refazer-se do espanto e pensou morrer de riso perante uma notícia tão ridícula. Tal é o nosso preconceito: todos nós queremos um chefe ou chefes; e possuo neste momento uma brochura cujo autor, comunista zeloso, sonha, como um outro Marat, com a ditadura. (...) Esta síntese da comunidade e da propriedade será chamada liberdade. Para ter acesso a toda a Antologia Proudhoniana ir a: |
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